Selic a 15% e o Mercado Imobiliário

Em 2025, a taxa básica de juros (Selic) no Brasil tem sido mantida em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, conforme decisão recente do Banco Central no COPOM. Essa manutenção sinaliza cautela diante da inflação e da atividade econômica, sem indicações claras de corte imediato, embora haja expectativas de redução gradual em 2026.

Por que a Selic está tão alta?

A Selic foi mantida no patamar de 15% em 2025 para assegurar a convergência da inflação à meta, diante de incertezas na atividade econômica e no cenário global. Isso significa que o Banco Central segue com uma política monetária contracionista, que busca reduzir a inflação, mas encarece o crédito.

Como a Selic alta afeta o mercado imobiliário?

Crédito imobiliário mais caro

Quando a Selic é alta, os bancos elevam as taxas de juros dos financiamentos, tornando as parcelas mais altas e o custo total do crédito maior.

Consequências:

• Dificulta o acesso ao crédito para famílias que dependem de financiamento.

• Possíveis exigências maiores de renda e garantias para aprovação de empréstimos.

Redução da base de compradores

Cada ponto percentual de aumento nos juros elimina milhares de famílias da possibilidade de financiamento, reduzindo o público ativo na compra de imóveis.

• Construção civil sob pressão

• A construção civil sente o efeito da Selic alta de duas formas:

• Empresas enfrentam maior custo para captar recursos.

• Incorporadoras e construtoras podem adiar lançamentos aguardando cenário de juros mais atrativo.

Mercado ainda resiste

Apesar dos desafios, a demanda por moradia continua presente e algumas regiões ainda apresentam valorização imobiliária consistente mesmo diante de juros altos.

O que esperar em 2026

Possível início de corte da Selic

Projeções indicam que a Selic pode começar a cair em 2026, com estimativas aproximadas de 12,5% ao ano, abrindo espaço para crédito mais barato.

Essa redução pode:

• Tornar financiamentos mais acessíveis;

• Ampliar o número de compradores;

• Reaquecer segmentos do mercado imobiliário.

Efeito sobre imóveis em 2026

Se os juros caírem:

• Financiamentos podem ficar mais atrativos.

• Maior fluxo de compradores volta ao mercado.

• Valorização imobiliária pode continuar, ainda que moderada.

Por outro lado, se a inflação e a economia se mostrarem instáveis, o Banco Central pode manter juros altos por mais tempo.

Comprar em 2026: vale a pena?

Para morar

Comprar em 2026 pode ser vantajoso, especialmente se a Selic estiver mais baixa do que em 2025. Comprar para morar traz segurança e estabilidade, independentemente do retorno financeiro imediato.

Para investimento

• Juros altos favorecem renda fixa, tornando imóveis menos atrativos para investimento puro.

• Com a queda de juros prevista, o retorno do aluguel pode melhorar.

• Liquidez baixa exige planejamento e paciência.

Conclusão

• A Selic alta em 15% em 2025 encarece o crédito imobiliário e reduz a base de compradores.

• O mercado imobiliário, contudo, continua ativo, ajustando-se aos juros altos.

• A perspectiva de queda gradual da Selic em 2026 cria cenário mais favorável para aquisição de imóveis.

• Para morar, comprar em 2026 pode ser vantajoso; para investimento financeiro, exige análise detalhada.

Dica: Planejamento financeiro, avaliação de financiamento e definição clara de objetivos são essenciais antes de decidir comprar.

Referências

• Reuters Brasil – “Brazil’s Central Bank holds interest rates at 15%, signals caution on cuts” (2025)

• CNN Brasil – “Juros em 15% travam setores estratégicos da economia brasileira” (2025)

• Terra Economia – “Com Selic em 15%, ficou mais difícil financiar uma casa no Brasil” (2025)

• CBIC – “Manutenção da Selic pode afetar lançamentos imobiliários” (2025)

• UCIUP Blog – “Panorama do crédito imobiliário dezembro de 2025”

• Banco do Brasil – Informe Mensal sobre perspectivas da Selic (2025)